Quilombo da Caçandoca
Caçandoca
Quilombo do Caçandoca
A praia da Caçandoca, na qual está localizado o Quilombo, fica localizada no extremo Sul de Ubatuba. O acesso é pelo Km 82 da Rodovia Rio – Santos – BR 101, distante 4,5km em via de terra.
No caminho, é possível apreciar, do mirante, a paisagem com as praias da Maranduba, Sapê e Lagoinha. Você passará pelo Castelo Arautos do Evangelho, local que conta com um mirante espetacular das praias que ficam aos seus arredores, além de uma arquitetura diferenciada.
Durante o trajeto, até chegar na comunidade, Quilombo Caçandoca, já se pode sentir um clima de comunidades remanescentes, ao deparar com construções de pau-a-pique, como é o caso do centro comunitário local.
Um pouco de História
Este Quilombo é o primeiro do país reconhecido em terras da Marinha . Ocupa uma área de 890 hectares. Ocupa áreas da praia e do sertão da Caçandoca, entre elas as localidades de Praia do Pulso, Caçandoca, Caçandoquinha, Bairro Alto, Saco da Raposa, São Lourenço, Saco do Morcego, Saco da Banana e Praia do Simão.
Há na região duas escolas desativadas, uma igreja e dois cemitérios. Há indícios de que, no cemitério da estrada da Caçandoca, eram enterrados os mortos da família do senhor. O outro cemitério fica entre o Saco da Aguda e o Saco da Cotia, e nele eram enterrados os escravos. Há relatos ainda de que no local conhecido como buraco do negro eram jogados os corpos dos negros que morriam nos navios negreiros, durante a viagem da África para o Brasil .
Foi em 1988 que os quilombolas fundaram a Associação da Comunidade dos Remanescentes do Quilombo da Caçandoca e pediram ao Instituto de Terras do Estado de São Paulo a regularização fundiária.
As comunidades de remanescentes de quilombos do Caçandoca, em Ubatuba, tiveram suas origens reconhecidas pelos órgãos federais e estaduais, mas ainda não têm permissão para plantar e construir suas casas, além de cuidar da manutenção da área, que é constantemente invadida por caçadores de animais e grileiros.
Muitos moradores da comunidade são brancos que se casaram com negros. Eles vivem em algumas das casas de pau-a-pique já construídas, pois a população é impedida, pelas leis ambientais vigentes, de ampliar a área construída.
Os remanescentes vivem com recursos que vêm de seu trabalho como a pesca, a coleta de mariscos, além da produção de bananas – suas principais atividades produtivas. Alguns quilombolas trabalham em serviços domésticos nas casas de veraneio em condomínios de luxo nos arredores e o artesanato contribui, em época de alta temporada, para a renda familiar. e outros tantos, vivem do artesanato, que vem ganhando força e organização.